quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nascimento Vida Paixão e Morte Do Morro Santo Da Massaranduba



Escreveu  Comendador José Carmo De Sá

Agora que passou a semana santa, tenho o direito de relatar, o que aconteceu com o espetáculo do Morro Santo da Massaranduba.
 

Alguém mal informado andou comentando que as minhas invenções não tem continuidade. Tenho agora a oportunidade de responder em alta voz, tudo o que foi feito para acabar com o espetáculo. Ouvi atentamente todas as entrevistas de de responsáveis pelo evento. Achei até engraçadas, pois nenhum teve a capacidade de assumir a responsabilidade.


O espetáculo nasceu de um político que tinha a pretensão de tornar o morro famoso. Até ai muito bem. Fui convidado para participar do projeto que deveras interessante me chamou muita atenção. Na época eu era diretor de Cultura da Prefeitura de Arapiraca. Encontrei no morro uma ladeira, que não tinha acesso nenhum. Combinei com o senhor Demuriez Leão, para planear o local e ali fazer o plano para construirmos os cenários. Trabalhei com maquinas fornecidas pelo então governador Divaldo Suruagy. Estudei um projeto como seria o trajeto do espetáculo e tudo correu certinho. Dinheiro, conforme nos informou Demuriez não tinha, era para trabalhar na raça. Mas eu topei o desafio.Reuni uma equipe de amigos e toquei o barco. Poucos cobres que eram repassados para nós, eram transformados em grande quantia. Chegou a época dos ensaios , a nossa alimentação era pão doce com caldo de cana. Todos trabalhavam com afinco era o amor a arte. Nosso texto foi escrito pelo saudoso Professor Cícero Feitosa. Nossos figurinos confeccionados pela ex vereadora Maria Aparecida e Cícero Feitosa. Não era tão luxuoso mais daria um bom visual. Cenários trabalhados por mim e os amigos saudosos Felipe Borges e Maria Eliza Borges. Chegou o dia do espetáculo o trabalho foi grande o suor e as lágrimas nos dava a satisfação de ver tudo dando certo. E apresentamos com muita raça aquilo que para muitos era difícil, que só fazem com muito dinheiro.
 

Passei quatro anos apresentando a PAIXÃO DE CRISTO do Morro Santo. Mas os invejosos começaram a aparecer. De Maceió partiu uma secretária de Turismo do governo do sr. Ronaldo Lessa, veio assistir o espetáculo e criticou 'Ih tá muito amador! Vamos trazer profissionais da capital para direção e vamos transformar o espetáculo na Nova Jerusalém de ALAGOAS. Eu sabia que a partir dali ia chover rios de dinheiro. Trouxeram para Arapiraca o sr. Alberto Ducarmo conhecido diretor que gostava de mudar tudo. A primeira coisa que fez: cortou todos os meus artistas e trouxe uma turma estrelas cobertas purpurinas que causou alarme em Arapiraca. Depois mudou o texto do espetáculo, apresentando um texto antibíblico e vou provar aqui . Em que parte da bíblia conta que na hora de Pilatos julgar Jesus a esposa de Pilatos estava em cena pedindo para não condenar Jesus. Cortou as cenas mais bonitas do nosso espetáculo. Mudou os cenários. Construiu cenários de esteira e papel laminado, sem arte. sem vida. O pior é que eu havia fundado o espetáculo, era recebido muito mal por eles, que lutavam para a minha saída. Morria ali um projeto tão bonito. Morria ali o meu sonho.
Pensa que me intimidei ? NÃO. Me retirei . saí sem dar nenhuma satisfação pois nunca fui remunerado como devia, tenho até hoje recibos, durante quatro anos de espetáculo recebi "QUATRO MI E QUINHENTOS REAIS" e agora chegavam as grandes estrelas a ganhar somas altas , porque o dinheiro chegava em grande escala. Sabe quanto ganhava um ator meu ? vinte reais. Trinta reais.
 

Agora, o melhor estava para acontecer, o senhor Bispo Diocesano pensando que eu ainda participava, me convidou para uma reunião e me disse: A PARTIR DE AGORA EU QUERO QUE O SENHOR TIRE O NOME DE FUNDAÇÃO CULTURAL MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA, E PONHA FUNDAÇÃO CATÓLICA MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA. OUTRA COISA, NÃO QUERO MAIS ESPETÁCULO EM CIMA DO MORRO. EU RESPONDÍ: PARTICIPE AO SR. DEMURIEZ, POIS NÃO TENHO MAIS NADA ALI. Terminava o sonho. Agora era Paixão em baixo do morro.O terreno que servia de estacionamento era alugado para manter o rio de dinheiro. Acabou o belo projeto. A PAIXÃO morreu. Ainda continuaram alguns anos sem sucesso. Eles não lembravam que os meus amadores foram elogiados peloFANTÁSTICO E JORNAL NACIONAL DA GLOBO, coisa que nunca aconteceu com eles.
Até que um dia, o novo secretário de Turismo sr. Eduardo Bomfim, com a minha presença, cortou a verba governamental por falta de prestação de contas.
Deixou o espetáculo o senhor Demuriez. Ao se retirar não quis mais continuar e acabou o espetáculo que já estava pronto.
 

NO ANO SEGUINTE a turma continuou. Brigas e mais brigas, afastaram, o sr. Alberto. Vieram outros, e o patrocino era alto, mais brigavam brigavam. Até que chamaram a família BIRIBINHA, QUE SAIU POR FALTA DE PAGAMENTO.
 

E continuaram , e morreu tudo. Dois anos sem a PAIXÃO.
AGORA EU PERGUNTO: PAROU PORQUE? NOVAMENTE NÃO PRESTARAM CONTAS AO PODER PÚBLICO, COM A PALAVRA O PRESIDENTE DO SINDICATO DOS ARTISTAS, QUE EM VÁRIAS ENTREVISTAS NAS EMISSORAS DE ARAPIRACA RELATOU O FATO.
POIS É. CONTEI O NASCIMENTO,VIDA, PAIXÃO E MORTE DO MORRO SANTO DA MASSARAMDUBA. AGORA , A RESSURREIÇÃO É COM ELES.

LEIA COM MUITA ATENÇÃO
SEU AMIGO DIGNO