quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE - II

Movimento pela paz em Arapiraca (1944)

Escreveu José de Sá
                              

                       Eu tinha apenas 12 anos e não sabia porque o mundo estava em guerra, perguntava aos meus pais: o que é guerra? mais a resposta era muita complicada.São soldados americanos brigando com soldados alemães. E porque eles estão brigando? A resposta ainda não me convencia. Força do poder.
                        Estou aqui lembrando ARAPIRACA na segunda guerra mundial. Era a primavera de l944, as pessoas comentavam coisas horríveis do tal  HITLER . curioso que sempre fui, indagava a todos, porque aquilo estava acontecendo? mais  as resposta não me satisfaziam. O que tenho a dizer é que a nossa pequena cidade estava assumindo o clima de guerra do Brasil. Meu pai, o senhor Zeca, alugou outro imóvel onde fomos morar, na chamada rua Nova, um imóvel que pertencia a família Rufino, atrás da casa na parte lateral, fora instada a barbearia que ganhava novas instalações na rua ANÍBAL LIMA . E na parte da frente na rua NOVA, SR.ZECA E D. OTILIA ,resolveram partir para um outro ramo comercial,hoteleiro, porque D. Otilia era uma grande cozinheira. Então surgiu o HOTEL ALVA E GLORIOSA,agora concorrente com o HOTEL ESTRELA de D. ROSINHA, que até achou uma ótima ideia pois era muito amiga da família Sá.
                
                          Foram construidos 12 quartos, e o restaurante era de primeira linha, pois os móveis  vieram de Maceió . Porque estou comentando isso? naturalmente para enveredar no histórico da segunda guerra mundial. Hotel Estrela de d.Rosinha e Hotel Alva e Gloriosa do sr. Zeca, hospedavam os soldados americanos e brasileiros da forças armadas que passavam por Arapiraca.
                           Eu ficava com um medo terrível  quando via aqueles soldados armados até os dentes, pois é, naquele tempo o povo tinha medo de soldado.
                            Certa vez, a cidade fora avisada que haveria um ataque aéreo com alemãs.
                             Um porta voz da prefeitura andou de casa em casa avisando, que as 6 horas da noite os aviões passariam e para que não fosse feito ataque a nossa cidade, apagaríamos a luzes e faríamos absoluto silencio . Pois bem . Todas as pessoas fizeram isso, mas o que fiquei indagando, porque na hora D, os sinos das igrejas de S. Sebastião e matriz de nossa Senhora do Bom Conselho, soavam fortes, a sirene do Cine Leão tocava forte. O que eu não entendi porque só gente haveria de ficar em silencio.

                              O medo tomou conta de nós , quando imediatamente um barulho enorme de aviões sobrevoando a cidade, não sei porque, eu e meus irmãos tremíamos e os nossos pais rezavam .
                               De vez em quando isso acontecia. Era uma coisa terrível . Eu criança , entendia que o tal Hitler era um monstro gigante mais alto que a torre da igreja. Foram chamados para servir a guerra vários rapazes da cidade, mas só vem na lembrança o nome do saudoso Heloizo Ribeiro. Assim que relembro a nossa Arapiraca durante a segunda guerra mundial. São fatos que não saem da memória.

                                                 José de Sá
                                         artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música.

sábado, 2 de novembro de 2013

ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE - I


                                                          


                                                                                   Escreveu: José de Sá



                          Em 1943, o senhor José Ferreira de Sá, conhecido como Zeca Barbeiro, chegou de S. Miguel dos Campos, trazendo sua família para residir em Arapiraca, na época conhecida a cidade do futuro promissor. A família:  D. Otilia  a esposa, Maria Nilda de Sá, Maria Elma de Sá, Elmo Ferreira de Sá, Benedito Ferreira de Sá, Maria Tereza de Sá, e José Carmo de Sá o caçula da família.

                           O senhor Zeca Barbeiro, instala a primeira barbearia da cidade com ótimas instalações   luxuosas, com cadeiras de última geração na época, tesouras e maquinas moderna, e perfumaria com os  mais famosos perfumes franceses, isso chamou a atenção da sociedade, pois os barbeiros da época eram  ambulantes. NOME DA BARBEARIA "SALÃO MODERNO" LOCAL: RUA ANÍBAL LIMA. Residiam  ali, Luiz Pereira Lima, comerciante, morava no sobrado da esquina em frente ao Bazar Feliz na outra esquina principal ramo de negócio. Sr. Cornélio com sua esposa D. Nova e seus filhos, Domingos Mota,  que depois seria nomeado prefeito. Coronel Rufino  e seus familiares João de Brito esposo de dona Maroquinha, Lune Brito, Verônica Brito Albertina Brito seus filhos.
                             A Rua Aníbal Lima era conhecida como beco do pinga fogo, por causa de muita gente que brigavam  no local. E olhe eram, brigas feias, e sempre tinha uma senhora que era mesmo de briga e se chamava D. Firmina, esposa do coronel Rufino,.De vez em quando, não tinha com quem brigar, dizia: agora eu vou dizer umas verdades a mulher do sobrado, que era D. Afra, esposa do senhor Luiz Pereira Lima.
                               Era um caso sério a D. Firmina, xingava tudo e a todos. Minha mãe contava que em certa ocasião, aconteceu uma chuva de trovoada, já que em 1943, foi um ano de seca. uma verdadeira enxurrada descia na rua de barro. D. Firmina pegou um pote e com uma cuia começou a por a água dentro. Minha mãe inocente chegou pertinho e perguntou: D. Firmina pra que é essa água? Ela chateada respondeu. A senhora deixe de ser ignorante, essa água é para lavar, cozinhar e beber, quem não conhece a  seca de Arapiraca, não sei porque veio morar nela, saia daqui antes que pegue um resfriado.
                                Governava a cidade o prefeito nomeado pela ditadura, senhor Manoel Leal, que residia  em um chalé, arquitetura chamada na época. Era como uma fazenda rodeada de arames, no bairro de Cacimbas   cujo local, hoje é denominado Rua Manoel Leal.

      
Obra de Manoel Leal: Poço para abastecer a comunidade da época.




                                  A lembrança que me ocorre no momento, um cidadão baixo, de cabelos grisalhos de aparência simpática, fumando um rico cachimbo. Montado em belíssima charrete chegava sempre a prefeitura que funcionava onde hoje é a Câmara Municipal na Av. Rio Branco, que era conhecida Rua do Cedro. A obra principal de Manoel Leal foi mandar cavar um poço para servir a população, na Rua Nova, hoje chamada  Praça Marques da Silva. Poço que foi cavado no centro da rua, que até hoje tem água para manter as necessidades do local. bem vamos ficando por aqui, na próxima semana voltarei falando       ARAPIRACA, NOSSA TERRA NOSSA GENTE  
                                            

 José de Sá.
Artista plástico, radialista, teatrólogo e professor de  música.