quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE - V


O nosso comentário desta vez, é para mostrar alguma coisa da vida política que alcancei. Como é bom para os políticos, hoje estão com companheiros no palanque, amanhã só Deus sabe. E nós, pobres eleitores arranjando brigas, inimigos, por causa deles.

Vou relatar a briga política de Luiz Pereira Lima e Valdomiro Barbosa. Como foi a disputa para prefeito, logo após a ditadura de Getúlio Vargas.

Sr. Luiz Pereira Lima,grande comerciante, morando em palacete na Praça Manoel André , desfrutando de grande prestígio, seria o candidato do governo a prefeitura de Arapiraca . Do outro lado sairia candidato o Sr. Valdomiro Barbosa, proprietário da Empresa FORÇA E LUZ DE ARAPIRACA. Luiz Pereira Lima PSD. Valdomiro Barbosa PTB.

Eu quero chamar a sua atenção, para você ver como são os políticos.
Hoje estão separados, amanhã juntos.

A campanha do Sr. Luiz Pereira Lima, foi organizada , advinha por quem? Nada mais nada menos professor Miguel Valeriano que na época havia deixado o seminário, pois não tinha vocação para padre , e o senhor seu pai Tiburcio Valeriano e família não ficaram satisfeitos, queriam um padre na família. Miguel Valeriano não seguia a linha da família, ficou do lado dos Pereiras,enquanto os familiares eram do lado do Sr. Valdomiro.

Miguel Valeriano não só organizou a campanha, foi locutor oficial e presidente da torcida jovem.
Foi comprado um luxuoso automóvel de passeio de cor azul, veja como funciona bem a minha memória, o senhor gondim técnico de rádio na época, montou o sistema sonoro com um cornetão em cima do veículo.

Ao lembrar as coisas passageiras, como era engraçado e como funcionavam as campanhas políticas. As músicas não eram falando nome de candidato. A música usada para propaganda de Luiz Pereira era o sucesso do momento "A VALSA DO VAQUEIRO" gravada por Bob Nelson
o cawboi apaixonado com os famosos olorei e pi.

E a voz possante de Miguel Vaeriano ecoava em toda Arapiraca: VOTE BEM, VOTE EM LUIZ PEREIRA PARA PREFEITO, ARAPIRACA PRECISA CRESCER.

Do outro lado, a música era um pouco estranha , Jorge Veiga cantando; EXISTE CINZAS AINDA NO MEU CORAÇÃO, QUE O MEU PRIMEIRO AMOR DEIXOU. E o carro de som era um caminhão com dois cornetões. Sabe quem era o locutor oficial? Lourenço de Almeida. Tinha uma voz aguda e gostava de soltar umas piadas para criticar o adversário

Era assim que se expressava Lourenço de Almeida:

O POVO NÃO QUER CORONEL, QUER UM HOMEM NA PREFEITURA PARA CUIDAR DO PROGRESSO ASSIM COMO CUIDA VALDOMIRO BARBOSA COM A FORÇA E LUZ DA CIDADE. NÃO PERCA O SEU VOTO, CORONEL JÁ ERA, VOTE PARA PREFEITO, VALDOMIRO BARBOSA.

Os comícios eram engraçados,caminhões e caminhões levavam gente para os sítios. Política acirrada dos dois lados.

Enfim chegou o dia da eleição. õ Õ , Quase morro de tanto comer. Era carne demais, frutas e verduras, os caras aproveitavam
e comia dos dois lados. Eh EH guaraná quente espumando.

No dia seguinte, apuração. Não foi a esperada. O povo esperava a vitória de Valdomiro, mais o engano foi grande, quem disparava na frente em todas as urnas era Luiz Pereira. O juiz eleitoral : Dr. Coaracy da Mata Fonseca, que seria futuro genro do prefeito eleito, pois era noivo da belíssima Silvia. Claudenor vibrava com a vitória do pai
a pretensão era no futuro ser deputado estadual.

Faltando poucos dias para a posse, aconteceu o que ninguém esperava. O escrivão e ex prefeito João Ribeiro Lima , avisou ao Sr. Valdomiro Barbosa, que nas urnas constavam mais votos que o numero de eleitores da cidade e foi marcada uma reunião para a recontagem dos votos no cartório. Chegou ao conhecimento dos Pereiras que ficaram com muita raiva e prometeram acabar com a recontagem.

E foi o que aconteceu. Era um sábado a tarde, quando se dirigiram ao cartório: Valdomiro Barbosa, Lourenço de Almeida,Florisval Barbosa . Quando pegaram nas urnas, tiveram a surpresa , chegavam em frente o cartório, Claudenor Lima acompanhado de capangas armados até os dentes. Gritavam: Saiam covardes, parem com essa besteira,a recontagem só pode ser feita com ordem do juiz.

Agora os senhores imaginem , se o Dr. Coaracy faria isso com o futuro sogro . E os grito ecoavam em toda a rua Lúcio
Roberto. " covardes, vamos ensinar a verdade, vamos acabar com a raça dos Barbosas' ouve-se um estampido , e um tiro era dirigido ao cartório.

Não se sabe quem atirou, mais incrível , a bala bateu no quadro do"CORAÇÃO DE JESUS" que estava na parede do cartório. O sr. João Ribeiro e os demais correram para o interior da casa.

D. Terezinha Ribeiro aconselhou para que eles fossem embora. Mas como sairiam? Foi gozado, resolveram sair travestidos de mulher. Sem serem percebidos , Valdomiro Barbosa, Frorisval Barbosa e Lourenço de Almeida com panos na cabeça, atravessaram a Praça Manoel André, saíram da residência do sr. Valdemar e entraram na residência do Sr. MANOEL Lúcio, mandaram um recado para os familiares pedindo carro para levá-los para Limoeiro de Anadia.

Uma semana depois, foi marcada a posse de LUIZ PEREIRA LIMA, PREFEITO ELEITO DE ARAPIRACA.

Agora chego ao principal assunto. Mudança de partido. A discórdia dos Barbosas com os PEREIRA era acirrada. Sempre quando havia festa promovida pela prefeitura , faltava energia.

E foi assim por muito tempo. Ao chegar em Arapiraca o médico DR. JOSÉ MARQUES DA SILVA, os Barbosas romperam com os Lúcios , e se juntaram ao grupo dos PEREIRAS. Estão vendo como é fácil para os políticos, hoje inimigos, amanhã amigos.

Luiz Pereira Lima, fez uma grande administração, acabou com os tanques que tinham donos e transformou em lagoas para todos, hoje Parque CECÍ CUNHA . Acabou com acabou com o cais, e construiu varias pracinhas.Praça Durval de Góis Monteiro, hoje

Imagem 1. A Praça Manoel André na época da eleição do Prefeito Luis Pereira Lima.
Imagem 2. Lagoa onde hoje esta construido o Parque CECI CUNHA

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

"ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE" III


ARTIGO 3
JOSÉ DE SÁ

Voltando a comentar o passado de Arapiraca, o que tenho na memória, e arquivos que guardo com muito cuidado e respeito. Agradecendo o comentário do amigo Edvaldo Leão, lembrando a lapinha, que era preciso lavar os pés para ver. Lembrando, a lapinha era montada na residência do sr. Chiquinho Lúcio, mas pertencia a D. Manoela, que passava o ano inteiro guardando coisas para completar o presépio que era chamado de lapinha. E o interessante Edvaldo, é que era coberta de palha. Ao chegar o dia Santos Reis, as palhas eram queimadas co ritual de pastorinhas, me lembro bem a canção que elas entoavam
'NOSSA LAPINHA ESTÁ SE QUEIMANDO ADEUS MINHA GENTE ATÉ PARA O ANO" Era assim a tradicional lapinha.
 

Quanto ao pastoril bem lembrado no comentário de uma amiga nossa, o primeiro pastoril foi ensaiado por minha mãe . Otília de Sá em parceria com D. Maria do Juca, a mãe do saudoso Né do Juca, em 1948. As principais pastorinhas eram as filhas : MESTRA: LACY CONTRA MESTRA : NEGUINHA, DIANA EDLEUZA, ERAM GAROTAS BONITAS E ARRECADAVAM MUITOS VOTOS PARA ELEGER A RAINHA DO PASTORIL.
 

O que chamava a atenção era o figurino confeccionado com papel crepon.
As apresentações eram feitas na sala da residência dos JUCAS, vizinho a igreja de S. Sebastião, ou melhor vizinho a residência do sr. Zeferino Magalhães, o responsável da construção da igrejinha. Na época não existia a entrada para a rua Estudante José de Oliveira Leite, atrás eram vários sítios com muitos cajueiros e mangueiras. A atual praça Marques da Silva, chamava-se Rua Nova, no centro, apenas a cacimba que fornecia água para a população. Aliás essa rua teve vários nomes, vejam só, de Rua Nova passou a se chamar Rua GABINO BEZOURO , Na administração do prefeito Luiz Pereira Lima, foi denominada Praça Durval de Góis Monteiro, foi construida a primeira praça da cidade, com postes e bancos no estilo colonial. flores e plantas adornavam o logradouro público que ganhava uma harmonia maravilhosa com uma plantação do famoso pé de Picus , onde um senhor que viera de Viçosa para cuidar da jardinagem da praça, era o senhor Baldiuno que ao cortar o FICUS, transformava-o em animais e pássaros. E foi atrás de uma dessas figuras que se escondeu o assassino do saudoso Marques da Silva. Logo após a morte d Marques da Silva, a praça recebeu nova restauração, desta feita com belíssima fonte luminosa e sonora e passou a se chamar PRAÇA MARQUES DA SILVA. Agora eu faço questão de chamar bem a atenção dos meus amigos, com foi a ideia de montar a fonte luminosa. Passando por Arapiraca o famoso CIRCO NERINO, NO FINAL APOTEÓTICO era apresentada uma lindíssima fonte luminosa chamada de águas dançantes executando a valsa de Strraus 'DANÚBIO AZUL deixando todos boquiabertos. O prefeito João Lúcio pediu informações e conseguiu encomendar a fonte luminosa, que depois era apelidada pelos opositores de cabide de D. Inez. Foi por muitos tempos apreciada , e trazia pessoas de outras cidades para conhece-la . não fosse a maldade de políticos invejosos, ainda existiria, porque não ? AS FONTES DE PARIS NÃO EXISTEM? A minha memória fluída vai continuar na próxima semana, vivendo 'ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE

JOSÉ DE SÁ

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE - II

Movimento pela paz em Arapiraca (1944)

Escreveu José de Sá
                              

                       Eu tinha apenas 12 anos e não sabia porque o mundo estava em guerra, perguntava aos meus pais: o que é guerra? mais a resposta era muita complicada.São soldados americanos brigando com soldados alemães. E porque eles estão brigando? A resposta ainda não me convencia. Força do poder.
                        Estou aqui lembrando ARAPIRACA na segunda guerra mundial. Era a primavera de l944, as pessoas comentavam coisas horríveis do tal  HITLER . curioso que sempre fui, indagava a todos, porque aquilo estava acontecendo? mais  as resposta não me satisfaziam. O que tenho a dizer é que a nossa pequena cidade estava assumindo o clima de guerra do Brasil. Meu pai, o senhor Zeca, alugou outro imóvel onde fomos morar, na chamada rua Nova, um imóvel que pertencia a família Rufino, atrás da casa na parte lateral, fora instada a barbearia que ganhava novas instalações na rua ANÍBAL LIMA . E na parte da frente na rua NOVA, SR.ZECA E D. OTILIA ,resolveram partir para um outro ramo comercial,hoteleiro, porque D. Otilia era uma grande cozinheira. Então surgiu o HOTEL ALVA E GLORIOSA,agora concorrente com o HOTEL ESTRELA de D. ROSINHA, que até achou uma ótima ideia pois era muito amiga da família Sá.
                
                          Foram construidos 12 quartos, e o restaurante era de primeira linha, pois os móveis  vieram de Maceió . Porque estou comentando isso? naturalmente para enveredar no histórico da segunda guerra mundial. Hotel Estrela de d.Rosinha e Hotel Alva e Gloriosa do sr. Zeca, hospedavam os soldados americanos e brasileiros da forças armadas que passavam por Arapiraca.
                           Eu ficava com um medo terrível  quando via aqueles soldados armados até os dentes, pois é, naquele tempo o povo tinha medo de soldado.
                            Certa vez, a cidade fora avisada que haveria um ataque aéreo com alemãs.
                             Um porta voz da prefeitura andou de casa em casa avisando, que as 6 horas da noite os aviões passariam e para que não fosse feito ataque a nossa cidade, apagaríamos a luzes e faríamos absoluto silencio . Pois bem . Todas as pessoas fizeram isso, mas o que fiquei indagando, porque na hora D, os sinos das igrejas de S. Sebastião e matriz de nossa Senhora do Bom Conselho, soavam fortes, a sirene do Cine Leão tocava forte. O que eu não entendi porque só gente haveria de ficar em silencio.

                              O medo tomou conta de nós , quando imediatamente um barulho enorme de aviões sobrevoando a cidade, não sei porque, eu e meus irmãos tremíamos e os nossos pais rezavam .
                               De vez em quando isso acontecia. Era uma coisa terrível . Eu criança , entendia que o tal Hitler era um monstro gigante mais alto que a torre da igreja. Foram chamados para servir a guerra vários rapazes da cidade, mas só vem na lembrança o nome do saudoso Heloizo Ribeiro. Assim que relembro a nossa Arapiraca durante a segunda guerra mundial. São fatos que não saem da memória.

                                                 José de Sá
                                         artista plástico, radialista, teatrólogo e prof. de música.

sábado, 2 de novembro de 2013

ARAPIRACA, NOSSA TERRA, NOSSA GENTE - I


                                                          


                                                                                   Escreveu: José de Sá



                          Em 1943, o senhor José Ferreira de Sá, conhecido como Zeca Barbeiro, chegou de S. Miguel dos Campos, trazendo sua família para residir em Arapiraca, na época conhecida a cidade do futuro promissor. A família:  D. Otilia  a esposa, Maria Nilda de Sá, Maria Elma de Sá, Elmo Ferreira de Sá, Benedito Ferreira de Sá, Maria Tereza de Sá, e José Carmo de Sá o caçula da família.

                           O senhor Zeca Barbeiro, instala a primeira barbearia da cidade com ótimas instalações   luxuosas, com cadeiras de última geração na época, tesouras e maquinas moderna, e perfumaria com os  mais famosos perfumes franceses, isso chamou a atenção da sociedade, pois os barbeiros da época eram  ambulantes. NOME DA BARBEARIA "SALÃO MODERNO" LOCAL: RUA ANÍBAL LIMA. Residiam  ali, Luiz Pereira Lima, comerciante, morava no sobrado da esquina em frente ao Bazar Feliz na outra esquina principal ramo de negócio. Sr. Cornélio com sua esposa D. Nova e seus filhos, Domingos Mota,  que depois seria nomeado prefeito. Coronel Rufino  e seus familiares João de Brito esposo de dona Maroquinha, Lune Brito, Verônica Brito Albertina Brito seus filhos.
                             A Rua Aníbal Lima era conhecida como beco do pinga fogo, por causa de muita gente que brigavam  no local. E olhe eram, brigas feias, e sempre tinha uma senhora que era mesmo de briga e se chamava D. Firmina, esposa do coronel Rufino,.De vez em quando, não tinha com quem brigar, dizia: agora eu vou dizer umas verdades a mulher do sobrado, que era D. Afra, esposa do senhor Luiz Pereira Lima.
                               Era um caso sério a D. Firmina, xingava tudo e a todos. Minha mãe contava que em certa ocasião, aconteceu uma chuva de trovoada, já que em 1943, foi um ano de seca. uma verdadeira enxurrada descia na rua de barro. D. Firmina pegou um pote e com uma cuia começou a por a água dentro. Minha mãe inocente chegou pertinho e perguntou: D. Firmina pra que é essa água? Ela chateada respondeu. A senhora deixe de ser ignorante, essa água é para lavar, cozinhar e beber, quem não conhece a  seca de Arapiraca, não sei porque veio morar nela, saia daqui antes que pegue um resfriado.
                                Governava a cidade o prefeito nomeado pela ditadura, senhor Manoel Leal, que residia  em um chalé, arquitetura chamada na época. Era como uma fazenda rodeada de arames, no bairro de Cacimbas   cujo local, hoje é denominado Rua Manoel Leal.

      
Obra de Manoel Leal: Poço para abastecer a comunidade da época.




                                  A lembrança que me ocorre no momento, um cidadão baixo, de cabelos grisalhos de aparência simpática, fumando um rico cachimbo. Montado em belíssima charrete chegava sempre a prefeitura que funcionava onde hoje é a Câmara Municipal na Av. Rio Branco, que era conhecida Rua do Cedro. A obra principal de Manoel Leal foi mandar cavar um poço para servir a população, na Rua Nova, hoje chamada  Praça Marques da Silva. Poço que foi cavado no centro da rua, que até hoje tem água para manter as necessidades do local. bem vamos ficando por aqui, na próxima semana voltarei falando       ARAPIRACA, NOSSA TERRA NOSSA GENTE  
                                            

 José de Sá.
Artista plástico, radialista, teatrólogo e professor de  música.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS



           CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO TRABALHO HISTÓRICO, QUE ESTAREI ESCREVENDO ABORDANDO FATOS, GENTE, EVENTOS, COISAS QUE PASSARAM DURANTE A MINHA VIDA, DESDE A INFÂNCIA ATÉ O PRESENTE. ALGUMAS COISAS QUE PASSARAM DESPERCEBIDAS POR PESQUISADORES QUE ESCREVERAM E PUBLICARAM LIVROS, COM FATOS QUE NÃO EXISTIRAM, LEVANDO EM CONTA O OUVI DIZER.
           
             OS ESCRITORES QUE NÃO VIVENCIARAM O MOMENTO, FICARÃO ATÉ  CHATEADOS QUANDO COISAS QUE ESCREVERAM SÃO FÁBULAS E NÃO HISTORIA.

               É O RESULTADO DE UMA PESQUISA, ESCRITA POR MIM, QUE FUI TESTEMUNHA OCULAR DE TUDO DURANTE 74 ANOS DE ARAPIRACA.

                ALGUÉM PODE ATÉ PERGUNTAR, PORQUE NÃO ESCREVEU UM LIVRO?

                 O FATO É QUE OS DONOS DO MÍSERO DINHEIRO NÃO ME DERAM CONDIÇÕES.

                  ENTÃO APROVEITANDO, A TECNOLOGIA VOU  FAZER VALER INFINITAMENTE AQUILO QUE ME COMPETE FAZER VALER A VERACIDADE DOS FATOS INTERESSANTE DE UMA CIDADE QUE CRESCE ASSUSTADORAMENTE COM TRABALHO DE UM POVO VALENTE. ENTÃO, AGUARDEM NA PRÓXIMA SEMANA ACESSANDO O MEU BLOGGER.

                                  GRATO. JOSÉ DE SÁ
                                               ARTISTA PLÁSTICO,RADIALISTA,TEATRÓLOGO,PROFESSOR DE
                                                                                                                                          MÚSICA.
                  







terça-feira, 22 de outubro de 2013

As historias de Arapiraca, contadas por José de Sá, a partir da próxima semana.

             SÃO HISTORIAS QUE VÃO MOSTRAR OS MOMENTOS IMPORTANTES DA CIDADE. ESPERO CONTAR COM AQUELES QUE SE INTERESSAM CONHECER A VERDADE.

terça-feira, 21 de maio de 2013

A História Das Comunicações Em Arapiraca Antes Da Rádio Novo Nordeste



Rádio Tupan Organização J. Sá, a primeira rádio de Arapiraca..



        

Por José de Sá (J. Sá)
  
O relato das comunicações em Arapiraca, tem  inicio em 1944,  quando chegou em Arapiraca o Sr. José Gondin (conhecido Gondinho) recém chegado da Paraiba veio assumir o cargo de operador de projeção do Cine Leão,  de propriedade do Sr .Manoel Leão,  local onde hoje funciona  a Ag. do Banco Bradesco.
   
     O Sr. Gondin era técnico eletrônico, entusiasmado em sonoplastia.  Gostava de montar amplificadores e exibia suas montagens para os prefeitos, na intenção de formar uma rede de alto-falantes em todas as cidades de Alagoas inclusive  na capital.  O projeto era dispendioso para as prefeituras e foi abaixo.
 
  Em 1945 assumiu a Prefeitura Municipal de Arapiraca nomeado pela a Ditadura do Governo de Getulio Vargas, o Sr. João Ribeiro Lima que aceitou o projeto do Sr. Gondin.
  
 No dia 30 de outubro de 1946 Arapiraca acordou com uma surpresa na rua do comércio atual Pç. Manoel André,  com duas caixas enormes de som, instaladas no marco  construído no centro da rua, que o povo chamava cais do Manoel Leal.
  
      A primeira música a tocar foi o primeiro samba Brasileiro “Pelo  Telefone”.
       Muita gente se aglomerava para admirar a novidade, boquiabertos com a tecnologia da época. As 10:00 hs. da manhã ecoava a voz da locutora oficial da Prefeitura Municipal de Arapiraca Senhora Cyra Ribeiro na época conhecido (Speeak ) anunciando “ Aqui é o serviço de alto-falante da Prefeitura Municipal de Arapiraca, a Voz do Povo”, e tocava dobrados, divulgando a programação e os serviços que seriam prestados ao público ouvinte. Seriam divulgados atos da Prefeitura, projetos, serviços de utilidade pública, nota sociais e até um programa de calouros.
  
     O estúdio foi instalado vizinho ao mercado da farinha local onde hoje funciona o Real Hotel.
     Aos domingos a tarde era grande a movimentação de moças e rapazes para participarem do programa de calouros,  selecionados pelo violonista Gondin Alves.
      O serviço de alto-falantes animava as noitadas até as onze horas da noite.
    
       Em 1948 assumiu o Sr. Luiz Pereira Lima prefeito eleito em eleição direta. Depois da posse, resolveu o então prefeito, destruir o calçadão que mais parecia um cais, construindo varias pracinhas na Pç. Manoel André, destruindo também o marco dos alto-falantes e para surpresa dos arapiraquenses adotou modernos projetores de som, em postes, um no final da Pç. Manoel André em frente o mercado da farinha conhecido com farinheiro outro poste na Pç. Gabino Besouro atual Pç. Dep. José Marques da Silva, na época sugiram as cornetas para projetar o som
  
      Foi construído na esquina da  rua  Anibal Lima com a Pç. Marques da Silva um moderno estúdio imitando os estúdios de rádios onde passou a funcionar o serviço de alto-falantes da Prefeitura Municipal de Arapiraca. Que foi entregue ao locutor oficial Miguel Valeriano, que havia sido locutor da campanha eleitoral que elegeu o então Prefeito Luiz Pereira Lima.

    Em 1951 assumiu a prefeitura de Arapiraca o Advogado Dr. Coaracy da Mata Fonseca, que transferiu Miguel Valeriano para a Secretaria Geral da Prefeitura cedendo o cargo de locutor para o estudante Ivan Rodrigues.
  
     Ao assumir o cargo, Ivan convidou José de Sá para escrever a Prece do Ângelus que era apresentada diariamente as 18:00 hs. Observando o timbre de voz de José de Sá,  permitiu que o mesmo fizesse a leitura.
       Ainda na gestão do Prefeito Dr. Coaracy da Mata Fonseca, foi inaugurado o Cine Trianon na Pç. Gabino Besouro que com sua restauração passou a se chamada Pç. Durval de Góes Monteiro. O Cine Trianon de propriedade do então vereador Sr. José Barbosa e Dr. Coaracy da Mata Fonseca instalou na fachada do prédio duas cornetas cujo  serviço de alto-falantes anunciava os filmes que seriam exibidos nas sessões cinematográficas.
  
       Ao ouvir a voz de José de Sá no serviço de alto-falantes da prefeitura, fazendo a Prece da Ave-Maria, o Sr. José Barbosa o convidou para ser o locutor oficial do Cine Trianon, permitido que não só fosse anunciado os filmes, mais quaisquer tipos de publicidades comerciais.
  
      A atuação de José de Sá fez tanto sucesso que chamou a atenção do Sr. José Gondin “Gondinho” que pretendia instalar na cidade a rede de alto-falantes que seria estendida por toda a cidade,  em cada rua um corneta, que seria então o porta voz da sociedade arapiraquense, cuja a programação seria com uma rádio local, aprovado o projeto mesmo contra a vontade do Dr. Coaracy da Mata Fonseca e do Sr. José Barbosa, porque estava perdendo o seu principal locutor, foi instalado o estúdio do serviço de alto-falante Tupan na residência de José de Sá situada a Pç. Durval de Góes Monteiro próximo ao Cine Trianon.
     
    José de Sá organizou uma programação eclética com vasto repertório musical com discos emprestados pelo Dr. Nelson Rodrigues o maior colecionador discórfilo de Arapiraca
   
   Em 1953 o serviço de alto-falante Tupan inaugurou a época do rádio, funcionando um transmissor cuja potência alcançava os receptores do centro e dos bairros da cidade.
     O pequeno transmissor foi licenciado pelo  Departamento Dos Correio e Telegráficos, órgão de fiscalização das estações de rádios clandestinas, hoje chamada de rádios comunitárias.
 
    Em 1954 o serviço de alto-falantes foi mudado para Rádio Tupan de Arapiraca. O Sr. José Renato Diretor da Rádio Difusora de Alagoas, passando por Arapiraca, observou o trabalho de José de Sá, convidando para fazer parte do caste da emissora oficial do Estado.
    Partiu José de Sá para Maceió, que obrigou o Sr. José Gondin a desistir do projeto e desmontou todo o equipamento da Rádio Tupan, deixando uma lacuna de saudade, na programação, contava crônicas escrita por Sr. Euzébio gerente do Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A, do Escrivão Pedro Cavalcante e Professora Marinete Pereira. Fez uma falta enorme a saída da Rádio Tupan de Arapiraca.
  
     Pertencendo a equipe da Rádio Difusora de Alagoas, hospedado no Hotel Bela Vista, certo dia ao chegar do trabalho José de Sá foi surpreendido com um telegrama da Senhora sua Mãe Dona Otília Rodrigues de Sá que o chamava com urgência para Arapiraca.
  
     Ao chegar na cidade, disse-lhe Dona Otília “O Sr. Euzebio gerente do Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A, quer falara o com o senhor”. Ao chegar ao banco o Sr. Euzebio sorridente indagou “ Deseja comprar a Rádio Tupan? e ser Proprietário, se aceita, aprovei um credito para você volta a estalar a Rádio Tupan, agora não só como locutor e sim com proprietário.
   
     Aceita a proposta, foi feito o acerto da compra com o Sr. Gondin e voltou a funcionar a Rádio Tupan de Arapiraca agora com a programação mais eficiente, e mais dois locutores da cidade José Benedito Silva e José de Castro  Tavares.
      O arapiraquense dividia a audiência da Rádio Tupan com as emissoras que eram sintonizadas, Rádio Clube de Pernambuco, Rádio Jornal do Comércio, Rádio Tamandaré do Recife, Rádio Sociedade da Bahia, Rádio Farroupilha, Rádio Difusora de Alagoas, Emissora Rio São Francisco, Rádio Liberdade de Sergipe e Rádio Cultura de Sergipe.
 
Em 1961 o Deputado Claudenor de Albuquerque Lima, resolveu entra na era da comunicação. Juntamente com o técnico eletrônico Moura que projetaram uma antena que depois de montada caiu, desgostoso o deputado resolveu comprar o equipamento da Rádio Tupan, e convidou José de Sá para a direção geral da emissora, autorizando a comprar um equipamento potente para funcionar na Fazenda Pernambucana atual Bairro São Luis. Tivemos conhecimento de que em Maceió existia uma rádio clandestina, cujo proprietário era o jornalista Castro Filho, que fazia oposição ao governo da época. Pressionado pois a rádio a venda.
   
    Fomos à Maceió e compramos o transmissor, instalamos o estúdio em uma casa da Fazenda Pernambucana de propriedade do Dep. Claudenor Albuquerque.
   
     Foi inaugurada a Rádio Cultura de Arapiraca, com uma programação  de alto nível radiofônico cuja direção: Diretor Administrativo, Dep. Claudenor de Albuquerque Lima, Diretor Geral, José de Sá, Diretor Artístico Jornalista Castro Filho,
  
      Locutores: José de Sá, José Benedito Silva, José Barbosa das Neves “o Barbozinha”, Lenira Silva, Siloé Limeira,
 
     A Rádio Cultura de Arapiraca por determinação de seu Fundador Proprietário Deputado Claudenor de Albuquerque Lima, encerrou suas  atividades, no inicio da Ditadura Militar.
 
    Na época sugiram varias emissoras clandestinas, por exemplo: Rádio Cruzeiro de Arapiraca de propriedade do Sr. Benedito Umbelino, Rádio da Igreja Batista de Arapiraca, Rádio Assembléia de Deus, Rádio Duque de Caxias da comunidade rua Duque de Caxias, Rádio Holanda Musical de Propriedade do Sr. Ferreira.
 
      Em 1964 surgiu a Antena de Publicidade, outra estação de rádio clandestina instalada pela Prefeitura Municipal de Arapiraca, na gestão do Sr. Francisco Pereira Lima, o estúdio funcionava no anexo do edifício prefeitura, cujo o diretor de programação era o representante da Gazeta de Alagoas em Arapiraca Sr. João Rocha, que montou uma programação como se fosse uma rádio oficial, pois assim era promessa do prefeito de oficializar, coisa que não aconteceu. Foi montado pelo técnico José Gomes o conhecido Dedé, um transmissor de longo alcance que já havia sendo perseguido pela  direção da Rádio Sampaio de Palmeira Dos Índios, emissora registrada da Terra Dos Xucurus.
   
    Em 1965 na gestão do Prefeito João da Silva ,o estúdio foi transferido para o anexo da Câmara Municipal de Arapiraca, ganhado instalações modernas.
  
     Foi convidado para assumir a direção artística o radialista José de Sá, que montou uma equipe dinâmica atuando igual a uma rádio oficial, pois era promessa da municipalidade oficializar o registro da emissora oficial de Arapiraca,isto era esperado por todos e não aconteceu.
  
     A direção da Antena de Publicidade era formada assim: Diretor Administrativo, Secretário Geral da Prefeitura Nacizo Lúcio, diretor geral Manoel Lúcio Sobrinho, também Secretário da Educação de Arapiraca, Direção Artística Radialista José de Sá.
   
     A programação da Antena de Publicidade era bem diversificada, se igualando a outras emissoras oficiais do Estado de Alagoas. No elenco constavam os seguintes profissionais: Locutores José de Sá, José Benedito Silva, o conhecido “JBS”, João Rocha, Jurandir Vieira, Albenzio Perrone, Sebastião Cândido, Mirian Ferreira, Valdemar, Zé Rojão.
 
      Controlistas: Humberto o conhecido “Garoto” ex-jogador do ASA, Valdemar, Maurício Fernandes,    José Reginaldo conhecido “Radar”, George Sá. Cronista:
Abel Magalhães.
Discotecário: Everaldo Maia.

      Em 1967 chega a Arapiraca uma comissão da Polícia Federal de surpresa, entrando nos estúdio da rádio cortando os fios dos transmissores, tirando a emissora do ar e solicitou a presença do Diretor José de Sá, no depoimento, afirmou que nada tinha a vê, pois desenvolvia trabalhos profissionais para os quais foi convidado. Então foram convocados para depor  Sr. Nacizo Lúcio, Sr. Manoel Lúcio Sobrinho. Foram processados o Sr. Francisco Pereira Lima ex-prefeito de Arapiraca, Sr. Manoel Lúcio Sobrinho, Secretário de Educação e Cultura da Prefeitura de Arapiraca.
  
       Tudo isto aconteceu antes da chegada da Rádio Novo Nordeste.
    
     Curiosidades: Quando no relato se observa o nome de José De Sá, apontado em diversas atividades, e que eu José de Sá contei esta História simplesmente como se não fosse o protagonista dos fatos.

Arapiraca 10 maio 2012
 José Carmo de  Sá.
Radialista, Artista Plástico, Teatrólogo, Músico, Poeta.